domingo, 18 de outubro de 2009

Rinite, Conjuntivite...Poliquite

Rinite e conjuntivite alérgica. Foi assim que passei meu sábado. Espirrando e com os olhos coçando. É um grande desafio encontrar o lado bom disso, mas ao menos serviu para lembrar daquele ditado: “Na terra de cegos quem tem olho é Rei”. Junto com a frase, veio a reflexão, acompanhada de uma recordação.
Em 2006, no segundo ano do Ensino Médio, escrevi um texto, exatamente com este tema. Vale lembrar que era ano eleitoral, com Serra e Lula disputando segundo turno. Cenário político bem conhecido, bem polarizado. Hoje, intrigada e curiosa para reler o texto, procurei-o em meio aos meus livros e cadernos. Encontrei, li e achei interessante e atual, até pelo fato de estarmos próximos a mais um ano eleitoral.
Dada a comparação com ditado e a identificação com nosso presente, reproduzo aqui alguns trechos do texto.
“Luís Inácio Lula da Silva pode ser considerado um candidato sábio, pois sabe 'manejar' suas propostas, além do carisma que demonstra a seus eleitores. Mesmo em meio a tanta corrupção, em quatro anos de mandato, Lula sempre obteve êxito, sendo, em alguns casos, idealizado, apoiado pelo 'lulismo'.[...] A popularidade do candidato petista, pode ser explicada pelo estado que se encontra a nação.[...]A solução para o problema é extremamente difícil, pois trata-se de uma terra de cegos, e como dizem por aí: “Em terra de cego quem tem olho é Rei”. A boa notícia é que ainda há tempo para abrir os olhos, e só nomear um Rei, quando o mesmo apresentar majestade.”
Pois bem, o texto foi feito há três anos atrás. No entanto, as coisas parecem não ter mudado praticamente nada. Claro, que devemos considerar que o mundo passou por grande crise econômica e neste cenário o Brasil obteve êxito, sofrendo apenas uma simples “marolinha”. Temos que ressaltar ainda que agora, falamos de um Brasil, sede de Copa e de Olimpíada. Um Brasil, sentado no G-20, com cadeira na ONU. Um país que tem o presidente mais popular do mundo. Porém, nem tudo mudou.
A sabedoria continua sintonizada ao Lula, o 'manejo' ainda é seu aliado e seu carisma é inconfundível. A diferença é que agora, nosso presidente insiste em tentar transferir tais qualidades. O petista continua a colher bons resultados, mesmo com uma lista de “companheiros” um tanto quanto suspeitos. Porém, o que antes afirmava ser reflexo do estado de nossa nação, hoje já não me traz tanta certeza. Sempre me pergunto se a política reflete a sociedade ou se é a sociedade a responsável pela política. Já me falaram, inclusive, que cada nação tem a política que merece. Mas tudo é muito mais complexo e nunca tive uma resposta coerente, bem argumentada.
A questão é que o ditado aqui citado, ainda se aplica a nossa política nacional. Porém, o que nos rege é a esperança. Se em 2006, os olhos permaneceram fechados, temos mais um ano para voltarmos a enxergar, e então só tornar digno do trono, aquele que é dotado de majestade.

2 comentários:

  1. Mais um ótimo artigo Gláucia! O problema é que estamos carentes de políticos que mereçam ser nomeados "Rei". Eles todos já se acham reis e ficam a trocar pedradas em suas respectivas vidraças já trincadas. Projeto para o país que é o que interessa para se decidir voto: nadica de nada! Até a definição legal do quadro de candidatos 2010 ainda tem chão. Quem sabe o Universo não resolva nos presentear com um candidato que mereça, de verdade, nosso voto.

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  2. Pois é, essa Guerra Fria não leva a nada. Somos órfõas de projetos para o País. Desse jeito não há perspectiva de futuro. Atacar, insultar o adversário é muito fácil, exige pouco conhecimento, no entanto é jogo baixo, sem resultado plausível. É um jogo cíclico, que se inverte conforma há alternância de poder. Oposição ataca e vice-versa. É o que dizem, "quem não tem capacidade de criar, tem que ter coragem de copiar." Neste caso, "quem não tem capacidade de arrumar soluções, é 'expert' em derramar críticas". Infelizmente isso vem dos dois lados.
    Cnfio no Universo... Porque na política, ta difícil de confiar...

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