Espero começar com “pé direito” este blog. Pretendo ser assídua nas publicações, me esforçarei para tal. Sou apaixonada por debates e espero que você leitor, contribua com comentários, pois são através de divergências, críticas e pontos de vistas distintos que chegamos a um consenso, ou pelo menos aprofundamos a reflexão, levando-a a um caminho mais coerente. Fascina-me pessoas que não se intimidam, que defendem sua ideologia por meio de bons argumentos. Não vamos discutir o certo ou errado. Vamos convergir opiniões, afinal todo mundo tem muito para aprender e muito para ensinar. É o que dizem, você pode ser especialista em algo, mas certamente será “analfabeto” em alguma coisa. A sociedade se complementa. Deus não teria colocado tanta gente no mundo, caso as relações não fossem essenciais.
Fiquei pensando qual seria o primeiro a ser publicado aqui. São tantas coisas que merecem ressalva, porém a vida é feita de escolhas, as vezes difíceis, mas sempre inevitáveis. Pois bem, tive que seguir uma vertente, correndo o risco de optar pela inadequada.
Poderia falar das eleições 2010, o que inclusive, será muito comentado por aqui. Pensei em enfatizar a importância da política em nossa vida, assim como a importância que nós temos no mundo político. Uma bandeira que levanto com muito orgulho e com a certeza de que será assimilada, é a participação dos jovens na política, bem como o poder da juventude na nossa sociedade. Mas, deixo este aspecto para próximas publicações. Aí, pensei em discutir o Prêmio Nobel, a Prova do Enem, a violência em Campinas, o caso Zelaya... Nossa, tantas coisas vieram em minha mente, e de fato seria interessantes, mas tem hora que o coração fala mais alto. Esse foi um dos casos.
A coisa mais importante em minha vida é a família. E por que não abrir “com chave de ouro”, falando um pouco dos laços de afeto? Pois bem, fiz minha escolha. Se foi a melhor não sei, porém preciso falar de um sentimento. Um dos mais bonitos. Amor? Não, amor não. Vou falar da saudade, um “estado agudo do amor”.
Amanhã, minha avó faria 91 anos, no entanto, há dois anos ela não está entre nós. “Foi dessa para melhor”, assim me consolo. É simplesmente, o meu exemplo de mulher. Guerreira, batalhadora, aventureira, justa, religiosa, fraterna, amiga, professora, cozinheira de “mão cheia”, em suma, minha segunda mãe.
Fui visitá-la no cemitério hoje. Lá senti uma paz incomum. O céu estava tão azul, mas tão azul que parecia colorido à aquarela. A grama muito verdinha, mesclada de flores, que os familiares deixam como lembrança. Naquele campo, com muitas plaquinhas identificando os entes falecidos, só estavam eu e minha mãe. Os outros dali, descansavam, a missão deles já foi cumprida.
Tradicionalmente, fizemos uma oração, bem solene, emocionante e extremamente sincera. Rezei todos os credos, que minha avó me ensinou. Quanta ironia. Outro dia, ela sentada na cama me ensinado a “Salve Rainha”. Hoje, eu demostrando que fui uma aluna aplicada, e aprendi tudo certinho.
Na hora de ir embora, minha avó teve que ficar na companhia de meu avô, que não tive oportunidade de conhecer, mas sei da boa pessoa que foi. Ali também deixamos meu tio, esse sim convivi e ressalto o exemplo de homem que foi. Junto a eles, vasinhos de flores, que expressam um pouco da singela homenagem que gostaríamos de prestar.
Senti que faltava algo. E era algo importante. Indispensável. No entanto, algo que não podia concretizar. Deixar o cemitério simboliza uma despedida. Lá, eles ficariam. Eu precisava abraça-los, simplesmente para dizer: “Fiquem com Deus, até mais.” Mas, aquela “plaquinha”, aquela grama, e todo o solo sob meus pés, nos separava. As lágrimas forma inevitáveis, e não se intimidaram ao correr por minha face. Ao meu lado, minha mãe, que com aquele olhar de compaixão e seu colo maternal, abriu os braços. Pronto, nos abraçamos. Sentimos-nos abraçadas.
Ah, saudade! Quanta saudade guardamos dentro do peito. Quantas lágrimas contidas ficam na profundeza do olhar. Quanto amor existe em nosso coração. E quantas vezes, por vergonha, falta de oportunidade, não dividimos com os outros. Todo meu amor, tive chance de demostrar a minha avó, e ela foi feliz em sua reciprocidade. Mais do que amor, hoje tenho saudade. E vejo este sentimento como algo bom. Um estágio superior do amar. O amor verdadeiro que passou pela principal prova: “Para medir o amor que você sente, pense em perder esta pessoa.” Mais do que pensar, eu de fato a “perdi”, e como resultado, tive a certeza do que é um verdadeiro amor.
Sejam bem-vindos! Os assuntos abordados aqui serão predominantemente políticos e jornalísticos. Porém, vez ou outra pretendo enfatizar as emoções e sentimentos que acercam a vida humana, afinal todos somos regidos por um coração que bate incessantemente. Quem faz o mundo, a política, a economia, são os homens. Com certeza homens sensíveis, capazes de ouvir e assumir os aspectos emotivos, os fariam muito melhor.
Parabéns e sucesso no seu blog! Seriamos uma sociedade melhor se tratassemos a comunidade como tratamos nossa familia. O nosso Brasil com certeza seria melhor. Falta unidade no nosso país. Quando aprendermos a ver a todos como parte de nossa familia, seremos melhores seres humanos. Afinal, quando nossos "irmãos" e "irmãs" sofrem de fome na rua, o que fazemos? Não se trata de religião mas de humanismo. Aí fica minha reflexão.
ResponderExcluirParabéns Gláucia! Este blog promete ser sucesso. Você escreve com a alma... e me fez recordar minha mãe, que perdi há três anos: parece que foi ontem! Conheço essa saudade! Também tive sua sorte: pude conviver com ela bem de pertinho nos últimos anos de sua vida. Muito sucesso pra você!
ResponderExcluirLatinWriter adorei sua reflexão e pretendo abordá-la aqui.. será um espaço legal para debatermos. Conto com sua participação!! Muito obrigada pelo apoio!!
ResponderExcluirVeluca, que bom que consegui sensibilizar e despertar essa lembrança!! è a saudade mais linda que podemos sentir, o orgulho de ter convivido e ter a certeza que somos regidas por elas... Tem uma amigo meu que diz: Sua vó faleceu, e de presente, você ganhou mais um anjinho... Ganhamos, e qualquer a gente vai se encontrar...