domingo, 21 de fevereiro de 2010
Objeto de segunda: são só garotos
No Congresso do PT, Dilma Rousseff foi lançada pré-candidata à Presidência. Muitas marchinhas embalaram a cerimônia, muita troca de elogios, sedas rasgadas, ostentações trocadas. No painel, o “cara” e a “coroa”, sob o slogan: “Com Dilma, pelo caminho Lula que nos ensinou”.
Dilma já dançou com a vassoura, e esforça-se para entrar no “reboletion”. Dilma é a escolhida. Escolhida em meio ao vazio.
Rousseff é ministra. Uma ministra que também é mãe, já foi filha, e logo será avó. Dilma é mulher. E a mulher, segundo o nobre presidente Lula “ainda é tratada como se fosse objeto de segunda classe.”
Nós, mulheres, já fomos chamadas de sexo frágil. Nos proibiram de votar, e mesmo de trabalhar. Trancafiadas no lar, éramos simples amélias. Vivíamos escondidas, entre panos de roupas e janelas entreabertas. Nos inferiorizavam, sob a máscara da proteção. Fomos submissas, mas jamais dominadas. Os homens eram a cabeça da casa, e a mulher sempre foi e será o coração.
Tímidas, mais com coragem, conquistamos direitos de cidadãs, e além de termos responsabilidades em eleger, muitas de nós, são eleitas. Trabalhamos em casa, ao mesmo tempo que somos aptas a exercer funções fora do lar. E exercemos bem. Tão bem quanto os homens, ou muito melhor que tais. Sem esconderijos, aparecemos na sociedade, e muitas ocasiões, roubamos a cena. Nem abaixo, tampouco atrás. Desfilamos ao lado do sexo oposto. Nunca fomos dominadas, e já ameaçamos dominar.
Não quero polemizar, muito menos ser feminista, porém prezo por minha franqueza e divido com vocês minha íntima percepção: Não vejo homens como preconceituosos, mas sim como medrosos, sem que isso represente uma ofensa aos rapazes. Não é preconceito, é temor. Medo de perder espaço. Temor de tornar-se o sexo frágil. As mulheres ainda ganham menos que os homens, porém a cada dia que passa, protagonizam cargos de liderança e chefia, comprometendo a imponência masculina.
Os homens mais espertos, já aprenderam a cozinhar e não relutam em cuidar das crianças, afinal todos sabem que garotos “perto de uma mulher, são só garotos.”
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Se eu criticar o Arruda é por que tenho preconceito contra carecas? Se eu protestar contra Marcelo Crivela é por que tenho preconceito contra evangélicos? Se eu criticar Aécio Neves é por que discrimino mineiros? Ou será que eu critico por não concordar com a política que fazem, com a maneira pouco respeitosa com que tratam a coisa pública, ou pela sua incompetência.
ResponderExcluirJá vejo muita gente repetindo a asneira proferida pelo Lula, dando às críticas à incompetência e ao esquerdismo cego e revanchista de Dilma um caráter sexista. É mais um arroubo de insanidade do presidente que é repetido por seus seguidores como verdade absoluta.
De minha parte, posso adiantar-lhe que desde os 13 anos faço minha comida, levo minhas roupas para a lavanderia, arrumo meu guarda roupas, faço supermercado, sou apaixonado pela minha mulher e voto na mesma candidata a vereadora há 20 anos. Sem falar que fiz campanha para Maria Luiza Fontenelle, a primeira mulher a dirigir uma prefeitura de capital, e petista, diga-se de passagem, assim como fiz campanha para Lídice da Mata, ex-prefeita de Salvador e hoje deputada estadual.
lula é tão preconceituoso que vê discriminação e preconceito em qualquer crítica.
Não me importo em ser o sexo frágil com uma mulher admirável ao meu lado.
ResponderExcluirMas a exploração do "coitadismo" que faz o Lula é de revirar o estômago. Ele "merece" a presidência pq é trabalhador (é mesmo???), ela pq é mulher? Votemos na Marina Silva, então, que é mulher e cabocla. Ou - ainda melhor - votemos na Marisa Letícia, que é mulher e sofredora (essa deve ser mesmo). Além de tudo, ela é o legítimo exemplo de mulher "tratada como se fosse objeto de segunda classe" pelo próprio presidente.
Ou alguém já ouviu a sua voz alguma vez?
Num comentário neutro: surpreendi-me com a presença de dois rapazes comentando esse artigo, que para muitos pode ser considerado um tanto quanto "feminista". Eu vejo os homens muito mais maduros, e a relação de igualdade entre os sexos já não é novidade.
ResponderExcluirParticularmante, ao Marcos Pontes, deixo meu agradecimento. Marcos é um excelente escritor, e faz um trabalho bonito via twitter, apontando temas, e debatendo-os com muito mérito.
ResponderExcluirÉ uma honra receber seu comentário por aqui. Confesso que o tempo como uma grande exemplo. Enquanto rebusqueio palavras e mais palavras para passar uma mensagem, você com muita habilidade resume numa frase: "lula é tão preconceituoso que vê discriminação e preconceito em qualquer crítica."
Grata pela contribuição! =)
Slsnake,admira-me a frase com a qual você iniciou o comentário. É bela por sua simplicidade, e eleucida a importância de uma bela companhia.
ResponderExcluirAchei fantástica a alusão a D.Marisa. Mesmo tratada como "objeto de segunda classe". É um grande exemplo de mulher, pela força guerreira e toda tolerância.Aguentar Lula no Governo já é difícil...imagina em casa...
Grata pelo comentário =)
Gláucia, Gláucia... vc com seu veneno pra cima do Presidente Lula! rsrs
ResponderExcluirMe admira muito compreender e reconhecer a posição da mulher hoje. Há a crença de que o machismo é exceção na sociedade contemporânea, também devemos relevar que o desejo do homem de se impor e liderar uma família é algo natural do instinto masculino.
O que ocorre hoje são as perdas dos valores mais tradicionais que temos para as adaptações da sociedade moderna, o famoso "mundo livre" no qual dizem que somos capazes para sermos o que quisermos. Bjo!
Gláucia, muito bom seu texto :)
ResponderExcluirlembra que dias atrás eu disse que te faltva um pouco de foco e objetivo.? você levou a sério mesmo , e parabéins por esse texto.! eu gostei , e continue assim cada vez com mais foco e objetivo que você vai longe garota. ;D
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