quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

De Menina à Mulher


Um dia, percebemos que chegou a hora de encarar responsabilidades. Quando criança logo queremos ser adultos, e quando assim o somos, nos dá saudade da velha infância.
Na hora de sair, passear e namorar, nada como ser “gente grande”. Mas na hora de pagar a conta... Ah, como eram boas as saídas com papai e mamãe. Ir para escola era uma delícia quando criança, brincadeiras e coleguinhas. No entanto, quando se cresce, além de frequentar, é necessário estudar. Ser adulto para dirigir e ter independência. Fazer o que quiser, na hora que bem entender. Junto com a “maior idade” vem o trabalho, a responsabilidade, e na maioria das vezes os problemas. Mas problemas todos têm, e estes superamos, a partir do momento que atingimos maturidade. O trabalho é o plantio para colhermos bons frutos e as responsabilidades, são as águas que regam nosso jardim do ofício.
O triste é saber que quando crescemos, deixamos as bonecas e os carrinhos, e lá, no fundo do baú, fica também toda nossa espontaneidade, simplicidade e sinceridade, que só as crianças tem. Na idade adulta, constantemente nos auto-censuramos, ou somos censurados. Ficamos cada vez mais exigentes, mas nem sempre mais felizes.

Faço estas considerações pois, se não sou criança, também ainda não sou adulta. A juventude é a fase da transição, e minha atual situação comprova que não é fácil, embora seja muito divertido. Ao mesmo tempo que as responsabilidades começam a pesar, ora ou outra, ouso voltar a infância, e me divertir com amigos. Ao mesmo tempo que trabalho, dou-me ao luxo de sair com meus pais, naqueles passeios bem serenos, que faço desde de que conheço-me como gente. As roupas crescem, mais sempre que possível, há uma alusão à Hello Kitty, ou outra personagem de garotinha.
Não sei se sou “menina mulher”, ou uma “mulher menina”, mas sempre que posso, oscilo entre essas fases. Acho que é para isso que serve juventude. Despede-se da sapatilha, dando boas-vindas ao salto-alto.

Essa conversa pode parecer alienada, num momento em que tenta-se controlar a imprensa; o ano eleitoral é peculiar; e na América Latina, uma onda de autoritarismo assola a população; sem falar do caos no Haiti e as enchentes, que com tristeza dissolvem o sossego. Além desses, outros pontos recheiam os jornais e embora sejam importantes, ouso guardá-los para artigos futuros.
Por ora, restrinjo-me dizer que sempre irei lutar por uma imprensa livre e autônoma. As eleições aguardo com muita ansiedade, bem como as surpresas que esse ano nos reserva. A onda de autoritarismo causa aflição, num país em que o presidente já é considerado “O Filho do Brasil”, para muitos o único. O Haiti não falo, apenas sinto, bem como pelas vítimas das enchentes.

Este artigo marca um momento particular em minha vida. Cito a juventude, pois muitos já passaram por isso, e os que ainda não, um dia passarão. Acredito que alguns podem se identificar e assim compartilhar experiências.

Nesta fase de transição, as surpresas são constante e as vezes assustam. Exigem uma responsabilidade que na maioria das vezes não tenho, mas que logo preciso aprender a ter.

Amanhã, viajo para Amazônia. Um estado diferente, com costumes e tradições bem distintas. A primeira viagem sem meus pais. O primeiro trabalho independente. Uma transição, na qual cada dia mais, o salto está mais alto e o batom mais vermelho.

Estou feliz e satisfeita. Amanhã, direto de Manaus, começo a gravar meu primeiro documentário profissional. O roteiro engloba uma reserva sustentável da Amazônia, e posso lhes adiantar que o tema tem uma forte ênfase social e emocional. De lá, espero manter contato e atualizar conforme o possível, passando-lhes as experiências, as novidades e toda beleza que estes olhos irão presenciar.

Este espaço de comentários, reservo para sugestões, dicas, curiosidades e trocas de experiência em relação ao documentário e a região amazônica. Espero trazer na bagagem um grande enriquecimento cultural, que sem dúvida, dividirei com todos vocês.

3 comentários:

  1. Olá, boa noite!

    Todas as fases da vida são extraordinárias. Os momentos são contínuos, ligam-se uns aos outros; e é bom que seja assim e natural que sintamos saudades daqueles momentos que tivemos alegria, pois o passado é sempre estático e perfeito.

    Bela crônica, transmite todo seu sentimento de dúvida, esperança e alegria de viver.

    Muito boa viagem, e sucesso nos seus objetivos.

    Um beijo, querida.

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  2. Onde estão as atualizações?

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