
Um dia, percebemos que chegou a hora de encarar responsabilidades. Quando criança logo queremos ser adultos, e quando assim o somos, nos dá saudade da velha infância.
Na hora de sair, passear e namorar, nada como ser “gente grande”. Mas na hora de pagar a conta... Ah, como eram boas as saídas com papai e mamãe. Ir para escola era uma delícia quando criança, brincadeiras e coleguinhas. No entanto, quando se cresce, além de frequentar, é necessário estudar. Ser adulto para dirigir e ter independência. Fazer o que quiser, na hora que bem entender. Junto com a “maior idade” vem o trabalho, a responsabilidade, e na maioria das vezes os problemas. Mas problemas todos têm, e estes superamos, a partir do momento que atingimos maturidade. O trabalho é o plantio para colhermos bons frutos e as responsabilidades, são as águas que regam nosso jardim do ofício.
O triste é saber que quando crescemos, deixamos as bonecas e os carrinhos, e lá, no fundo do baú, fica também toda nossa espontaneidade, simplicidade e sinceridade, que só as crianças tem. Na idade adulta, constantemente nos auto-censuramos, ou somos censurados. Ficamos cada vez mais exigentes, mas nem sempre mais felizes.
Faço estas considerações pois, se não sou criança, também ainda não sou adulta. A juventude é a fase da transição, e minha atual situação comprova que não é fácil, embora seja muito divertido. Ao mesmo tempo que as responsabilidades começam a pesar, ora ou outra, ouso voltar a infância, e me divertir com amigos. Ao mesmo tempo que trabalho, dou-me ao luxo de sair com meus pais, naqueles passeios bem serenos, que faço desde de que conheço-me como gente. As roupas crescem, mais sempre que possível, há uma alusão à Hello Kitty, ou outra personagem de garotinha.
Não sei se sou “menina mulher”, ou uma “mulher menina”, mas sempre que posso, oscilo entre essas fases. Acho que é para isso que serve juventude. Despede-se da sapatilha, dando boas-vindas ao salto-alto.
Essa conversa pode parecer alienada, num momento em que tenta-se controlar a imprensa; o ano eleitoral é peculiar; e na América Latina, uma onda de autoritarismo assola a população; sem falar do caos no Haiti e as enchentes, que com tristeza dissolvem o sossego. Além desses, outros pontos recheiam os jornais e embora sejam importantes, ouso guardá-los para artigos futuros.
Por ora, restrinjo-me dizer que sempre irei lutar por uma imprensa livre e autônoma. As eleições aguardo com muita ansiedade, bem como as surpresas que esse ano nos reserva. A onda de autoritarismo causa aflição, num país em que o presidente já é considerado “O Filho do Brasil”, para muitos o único. O Haiti não falo, apenas sinto, bem como pelas vítimas das enchentes.
Este artigo marca um momento particular em minha vida. Cito a juventude, pois muitos já passaram por isso, e os que ainda não, um dia passarão. Acredito que alguns podem se identificar e assim compartilhar experiências.
Nesta fase de transição, as surpresas são constante e as vezes assustam. Exigem uma responsabilidade que na maioria das vezes não tenho, mas que logo preciso aprender a ter.
Amanhã, viajo para Amazônia. Um estado diferente, com costumes e tradições bem distintas. A primeira viagem sem meus pais. O primeiro trabalho independente. Uma transição, na qual cada dia mais, o salto está mais alto e o batom mais vermelho.
Estou feliz e satisfeita. Amanhã, direto de Manaus, começo a gravar meu primeiro documentário profissional. O roteiro engloba uma reserva sustentável da Amazônia, e posso lhes adiantar que o tema tem uma forte ênfase social e emocional. De lá, espero manter contato e atualizar conforme o possível, passando-lhes as experiências, as novidades e toda beleza que estes olhos irão presenciar.
Este espaço de comentários, reservo para sugestões, dicas, curiosidades e trocas de experiência em relação ao documentário e a região amazônica. Espero trazer na bagagem um grande enriquecimento cultural, que sem dúvida, dividirei com todos vocês.
Boa sorte na viagem!!!
ResponderExcluirOlá, boa noite!
ResponderExcluirTodas as fases da vida são extraordinárias. Os momentos são contínuos, ligam-se uns aos outros; e é bom que seja assim e natural que sintamos saudades daqueles momentos que tivemos alegria, pois o passado é sempre estático e perfeito.
Bela crônica, transmite todo seu sentimento de dúvida, esperança e alegria de viver.
Muito boa viagem, e sucesso nos seus objetivos.
Um beijo, querida.
Onde estão as atualizações?
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