sábado, 16 de janeiro de 2010

Grito dos desesperados



A tragédia em Angra fitou-me nos olhos. No Haiti soou aos meus ouvidos. Gritos. Gritos desesperados.
Fecho meus olhos. Mesmo assim, continuo a enxergar toda desgraça. Toda tristeza.
A destruição está no ar, atingem-nos pelas ondas de som.
Gritos sob escombros. Sobre eles também. Uns pedem socorro. Outros imploram por vidas.
Ouve-se gritos. Encontra-se vidas. O coração bate. Ouvimos as batidas do coração. Grita-se de alegria. Também de dor, grita-se. Grita quando no lugar do ente, encontra-se corpo. Ao invés do prédio, o desmoronamento.

O tremor fatal. A degradação de um país. A desilusão de um povo.

O povo implora. A população mundial responde. Responde como pode, mas tem resposta. Numa corrente de muita esperança, países se unem. A união do povo faz a força. A união dos povos é o retrato da solidariedade, muitas vezes adormecida nos corações.
Diversas etnias, culturas se sensibilizam. Sofrem, mas não gritam. Eles, sim. Eles gritam!
Doações são enviadas. Voluntários chegam ao país. Ao que sobrou daquele país. Guiados pelos gritos, salvam. Seguindo palavras abafadas, resgatam.

Gritos que pedem. Gritos imploram. Agonizam. Sentem dor.

Ver, apenas escombros. Ouvir, o som que atordoa. Todas as partes ressoam gritos. Gritam. Os dias passam. Os gritos continuam. Continuam. Com os dias, vão tornando-se raros. Gritam. Falam. Cochicham. Silenciam. Calam-se.

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