sábado, 26 de dezembro de 2009

Surpresas de Natal


Jânio de Freitas recentemente em um belo artigo, fez um pertinente apelo, para que neste Natal, tivéssemos surpresas apenas natalinas. Mas não há jeito, elas veem acompanhadas.

Na véspera natalina, o garoto Sean foi entregue a seu pai. Uma vitória para Justiça brasileira, validando a lei. No entanto, imaginem a surpresa que teve a irmãzinha do menino, sua avó, o padastro. Cinco anos comemorando o nascimento de Jesus, juntos, reunidos, ao redor de uma mesa farta, ansiosos para a troca de presentes. Eis que a legislação rompe a sucessão de natais alegres e harmônicos. Sean com pai. A família materna sem Sean. Uma bela surpresa para Justiça. Triste surpresa para os corações dos envolvidos. Será que Goldman foi presenteado com o sorriso de seu filho?
Penso também na surpresa que teve as envolvidas na psicopatia do ex-médico Roger Abdelmassih. Numa época de perdão e de muita sensibilidade, o afronte à lei não pode ser desconsiderado. Cadê aquela Justiça do caso Sean? Surpresa alegre para Roger. Surpresa banhada à decepção para aquelas que foram violentadas.

Também tive uma surpresa no Natal familiar. Nas visitas natalinas, fomos surpreendidos. Minha tia avó não poderia receber nossos presentes, pois estava hospitalizada. Sem clima natalino, a surpresa soou preocupante. Visitá-la no hospital foi a saída. Surpresa infeliz para nossa família. Mas, uma surpresa que me fez pensar nos natais.

Fico imaginando o Natal daqueles que estão enfermos e aguardam o nascimento do Menino Jesus. Penso nos que passam a ceia trabalhando, afinal, se tem doentes, há aqueles que dedicam-se a amenizar e curar o sofrimento. E este é só um exemplo, até por que, o “tempo não pára”, já dizia Cazuza. A polícia continua na rua, a emergência se atenta, sem falar dos atendentes de pedágio, ainda mais agora com a surpresa de novos pontos de cobrança nas rodovias.
Lembro-me ainda daqueles que não têm recursos para fazer jus a toda fartura que se deseja por ai. Imaginem só, quantas crianças não receberam a visita do bom velhinho. Quantas pessoas não tiveram a companhia de quem desejava. Penso ainda, naquelas que não puderam desejar um “Feliz Natal, mãe”, ou quem sabe, “Feliz Natal, pai”.
Como deve ser o Natal numa clínica de recuperação? De que forma detentos comemoram a passagem natalina? Qual o segredo para comemorar o espírito natalino, quando se está só?

Espero que as surpresas natalinas tenham sobrepostos as surpresas cotidianas. E, na verdade não tenho dúvidas disso, afinal, existe melhor e maior surpresa que a vinda do Messias?

O Natal nasceu no coração de Jesus, mas só se completa, quando alcança o coração do homem. Está seria a melhor surpresa de aniversário para o Nosso Pai.

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