segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal: O que estamos comemorando?


Muitos dos artigos aqui postados tratam da minha indignação perante nossa política nacional. Gostaria que tais fosse desnecessários, ou meramente ilustrativos e ficcionais, no entanto a realidade esdrúxula e inaceitável do universo político reflete este repúdio, numa aversão que não perde a esperança e luta por uma política ética e por um país melhor. Melhor para gente, cidadãos que pagam seus impostos e prestam contas à Justiça.
Tivemos muitos escândalos, exemplos de cinismo, ironia, arrogância e total descaso com nós, membros deste país. Uma incrível e inaceitável comédia, na qual só nos faltava o nariz vermelho.
Muitas críticas, bem dirigidas, foram proferidas, muitas manifestações levantadas, porém o receio de comer panetone, parece contaminar nosso Natal.

E por falar em Natal, seria ignorância de minha parte, desperdiçar caracteres com pessoas como Sarney, que consideram que o Senado terminou 2009 “brilhantemente”. Pasmem! Brilhante para quem? Só se for para ele e demais senadores. Para mim, este ano que já vai, consolidou a Casa como exemplo de hipocrisia.

Já demos muito espaço para esses políticos corruptos, que embora não representem a totalidade da política, aqueles que renderam-se à corrupção, são suficientes para manchar, sujar, contaminar e descreditar “a arte de bem governar”.

Com tanto mal exemplo, perde-se a essência natalina. Isso é tão grave quanto carregar dinheiro em meias e cuecas, devido a falta de uma maleta.

Indignados com a política, preocupados e chocados com novas edições do mensalão esquecemos do Papai Noel, e aqueles que se lembram, comente equívoco ainda mais grave, pois por um lapso, não recordam-se que dia 25 de dezembro, comemoramos o nascimento do Menino Jesus, aquele que acreditou em nós, e morreu na Cruz.

Perdidos no espírito capitalistas, ignoramos o fato de que o Natal é muito mais do que aquela bela ceia e a deliciosa troca de presentes, embora ambas sejam de nosso agrado e de relativa importância, pois é um momento em que a família se reúne, mata a saudade, e involuntariamente comenta os escândalos que nos açoitam.

Falta-nos lembrar o que de fato estamos comemorando neste dia 25, passando a verdadeira essência as nossas crianças e lembrando os nossos políticos de quem foi o Menino Jesus, não para que se espelhem nele (seria muita pretensão), mas para que vejam que o poder não emana do “ter”, mas sim do “ser”. Majestade tem aquele que tem vontade suficiente para desprender-se da matéria, sensibilidade para compreender as necessidades do próximo, percepção adequada para entender o quanto a igualdade é benéfica, coragem para perdoar e amor incondicional para morrer pelo bem. Este foi Jesus, o Filho de Maria e José, o enviado de Deus, Nosso Pai.

No dia 25, reunidos na mesa, ansiosos em receber o presente, vamos nos lembrar daquele que está para nascer. Lembrar do exemplo de vida de Jesus, recordando de Maria, que confiou na palavra de Nosso Pai, e sem temer preconceitos e injúrias, aceitou o recado do Anjo Gabriel, e deu a luz ao Nosso Salvador. Lembremos também de José, que confiou em sua esposa e soube fazer jus ao papel de pai do nosso Cristo.

Um dos meus temores é que os verdadeiros sentidos percam-se no tempo, num Universo em que Páscoa seja simplesmente chocolate, e Natal, apenas Papai Noel.

Não basta comemorar, temos que saber o que de fato estamos comemorando. O que esperar de uma geração que aguarda o Natal simplesmente porque é época de ganhar presentes do bom velhinho?

Podemos esperar uma geração que acredite no fato de que, um líder carismático esteja acima do bem e mal, que um dia caminhará sobre as águas, e que será capaz de morrer na crucificado.
Estaríamos sendo cúmplices, ou responsáveis por uma geração iludida e tristemente enganada, afinal, esse líder jamais caminhará sobre águas, sequer saberá definir o bem e o mal, muito menos se submeterá a Cruz, pois ele não acredita no povo, crê apenas em seus companheiros. Ele não quer um mundo melhor, deseja apenas que sua candidata seja eleita.

Temo que sejamos nós essa geração. No entanto, conforto-me, pois sei que a manjedoura esta ali, esperando o nascimento de Jesus, aquele que perdoou Judas, mas jamais se “aliou” com o mal.

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