domingo, 20 de dezembro de 2009

A Política do Vandalismo


Muitas críticas disparei sobre a política, e percebendo que estas perdiam-se ao vento, também disparei indignação perante os cidadãos. Não sei até que ponto validam-se, porém, na pior das hipóteses, quando não rendem críticas, servem como terapia, numa gostoso desabafo.

Não que eu seja chata e implicante, muito menos desiludida com mundo, pelo contrário, há quem me ache legal e compreensiva, assim como creio muito numa vida mais digna, num mundo mais justo.

Há fatos que me decepcionam, e o pior é que para isso, basta abrir o jornal. Ainda assim, conforto-me diariamente com desafios que exigem fôlego, e numa luta individual, para bem coletivo, constantemente reservam-me boas surpresas.

Estes blog não tem caráter pessoal/cotidiano, até por que fico pensando, quantas pessoas teriam interesse em saber o que fiz ontem, ou vou fazer hoje? Talvez meu pai, minha mãe e mais uma meia dúzia de pessoas. O restante acharia mais atrativo assistir “A Fazendo”, ou esperar o novo BBB. Por isso, resolvi criar um espaço para debate, e nada melhor que fatos não consensuais para criar um embate.
A política sempre causa polêmica e merece ser debatida, bem como alguns atos que correm por lá, devem ser combatidos.

Mais uma vez questiono um ponto infeliz da sociedade. Desta vez não contra os políticos, mas contra uma parcela da sociedade, numa crítica à Juventude.

Muitas vezes defendi e continuarei defendo nós, jovens. Temos sonhos, capacidade, mas para isso precisamos de oportunidades. Graças a Deus tive boas chances, estou tendo e espero no futuro tê-las.
No entanto, represento uma juventude que sofre discriminação, numa descrença incompatível com o desenvolvimento de um país como Brasil. Há ainda preconceito com o jovem, desconfiança. Claro que gostamos de balada e de nos divertir, porém, também é clara nossa lucidez perante as responsabilidades que, mais cedo ou mais tarde, teremos que assumir. Precisamos de apoio e de uma sociedade que entenda que somos nós, o futuro das nações.

Errar é humano, e modificando um bonito slogan do governo: “assumir o erro é mais bonito ainda”. Muitas vezes cometo equívocos e embora me chateie com tais, consigo reconhecê-los e se for o caso, desculpar-me por tal.

Neste artigo, reconheço um grande erro da juventude, propondo uma reflexão, inclusive aos meus colegas, que por não sei que razão, cometeram ato tão vergonhoso.

Ano passado estudei na Escola Culto à Ciência, grande referência aqui de Campinas. Foi uma grande experiência, uma vivência da qual muito me orgulho. Já comentei aqui sobre os conhecimentos literais e de vida, lá abstraídos.
Participei da Comissão de Alunos e num trabalho comprometido, eu e mais três alunos, amparados pele Diretora Débora e Professor José Carlos Rocha Vieira Júnior. “suamos a camisa” para conseguir a reforma do Colégio.
A estrutura estava comprometida, as raízes das árvores ameaçam as edificações. A situação era de calamidade e de certa tristeza, afinal, mais que um Centro de Ensino, Culto à Ciência é um patrimônio dos campineiros.
Mesmo com toda a insegurança as aulas prosseguiam, e os alunos permaneciam sob aqueles tetos, sempre com um certo receio.
Fomos a vários órgãos governamentais, recebemos visitas de representantes e engenheiros, porém a reforma caminhava a passos lentos. Nossa sorte é que a persistência, unida a perseverança e força de vontade vencem qualquer “parada”.
O ano letivo se foi, porém a luta do Professor Carlão e da Diretora Débora persistiu.
Esse ano, lendo o jornal, tive a feliz notícia de que enfim o restauro do Colégio começou com força e determinação daqueles que desde o início apoiaram, com apoio político e verba governamental.

Num artigo que sairia ileso de corrupção e crítica a políticos, embora alguns tenha abandonado a causa que trato aqui, infelizmente tenho que citar a juventude, num ato que me envergonha, e não possibilita compreensão.

Várias vezes abdiquei da aula, que poderia ser valida para o vestibular, para comparecer em reuniões que pudessem agilizar a reforma. Várias vezes sentei em frente ao computador escrevendo relatórios afim de dar credibilidade a tudo aquilo que Comissão de Alunos fazia. A experiência exigiu esforço, mas foi muito bem recompensada. Colégio reformado, alunos seguro.
No entanto, estes estudantes que deveriam estar gratos e orgulhosos, agradecem de forma que me assusta, com atos de vandalismo, destruindo aquilo que, com muito esforço e dificuldade conseguimos conquistar.

Manifestações podem contribuir com aquilo que está errado, ou com o que não concordamos. Neste caso, destruir plantações de arruda seria o aconselhável, e não cometer ações de total descaso com o patrimônio da cidade, com a disponibilidade de alunos, professores e direção, bem como com a boa vontade de políticos que entenderam a necessidade da escola.

Se a política está impregnada de corruptos, saibam que há aqueles que não permitem a generalização. Se estamos tendo exemplo de juventude de vândalos, conforto-me com fato de isso não ser generalizado.

A corrupção criou um estreito vínculo com a política. Não podemos permitir que o vandalismo seja vinculado à juventude, afinal precisamos do incentivo, mas também somos capazes de dar o exemplo. Se não temos oportunidades, que não sejam os muros nossa forma de se expressar. Pintemos os rostos, mas não degrademos a parede que, com tanto custo recebeu uma camada de tinta.

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