sexta-feira, 26 de março de 2010

Preciso desabafar!


É curioso como sinto-me angustiada quando não atualizo este blog. Primeiro por estar quebrando a periodicidade, o que compromete a credibilidade do espaço e abala a confiança dos leitores. Porém, essa questão justifico.
Deixei de atualizar, não por falta de assunto, tampouco por falta de vontade. Não foi um abandono, sequer uma separação. Tudo ocorreu por “incompatibilidade de agenda” (não é assim que os famosos justificam?). Pois bem, a culpa é da correria do dia a dia. E o que me frusta é que a gente corre, corre e dificilmente sai do lugar.
Mas não quero tratar aqui de minhas frustrações. Prefiro voltar a falar sobre minha angústia.

Sinto vontade de gritar. Porém abafo. Simplesmente, choro. Ou viro a página.
As vezes sinto-me repreendida. Muitas vezes sinto-me sem voz. Ou tenho a sensação de que as pessoas não têm ouvidos. Outras vezes acho que enxergo demais. Não pode ser possível! Esses olhos veem cada coisa... E não pensem que preciso ir longe...Basta ligar a TV. Os olhos soltam lágrimas. Sentem dor, ao ver tanta banalidade. Também choram ao assistir tanta desgraça.

Tento desabafar essa angústia, mas as pessoas não tem tempo. Estão apressadas e não podem me ouvir. Curioso que isto é reciproco, e muitas vezes também não consigo ouvir outros tantos angustiados.

O engraçado é que não se trata de uma angustia depressiva, mas de um sentimento reprimido que precisar se rebelar, precisa sair. E tem ânsia para mobilizar. Mas mobilizar como? Ninguém ouve nada. Não vê nada. E sempre tem raiva de quem viu.

Já tentei aliviar de várias formas o sentimento angustiante. Tentei correr na lagoa, ouvir música, cantar de baixo do chuveiro e acreditem, já tentei até esmurrar aqueles palhacinhos de plástico. A raiva passa, mas angústia...

Como boa brasileira, que “não desiste nunca”, encontrei um espaço, onde as pessoas não me ouvem, não me veem, mas têm acesso às minhas “mal traçadas linhas”. Sim, o espaço aqui deferido é o blog. Uma ferramenta que funciona não só como um diário, mas como um grande psicanalista.

Ah, como é gostoso escrever...


Numa sociedade tão individualista como a nossa, os amigos são raros, as conversas nem sempre são enriquecedoras. O tempo passa e a gente sequer percebe.
O Estadão continua sob censura. O Arruda permanece preso. Televisões ainda são “desviadas”. E a bipolaridade de muitos políticos continua nos espantando.

Eu ainda estou aqui. Não tão angustiada como no primeiro parágrafo. Confesso, que estou quase aliviada, pois aqui eu posso GRITAR:

QUE PAÍS É ESSE?

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