sexta-feira, 21 de maio de 2010
Possivelmente Impossíveis
Em “Alice, no País das Maravilhas”, a protagonista, em sua simplicidade e ingenuidade, confessa que antes de tomar o café-da-manhã, fica imaginando seis coisas impossíveis de se acontecer. Entre elas, um gato sorrir.
Porém, basta Alice cair num buraco para que um traiçoeiro e espertalhão gatinho, lhe abra um belo e malicioso sorriso.
É como dizem: “Nada é impossível”.
O grande problema é que a descrença, a decepção e muitas vezes o comodismo fazem com que a gente perca a noção de possibilidade e englobe tudo na lista de impossibilidades.
Tentei fazer como Alice. Ao acordar penso em seis coisas impossíveis. Porém, como não pretendo cair em buraco algum, nem meus sonhos parecem sugestivos, resolvi que além de pensar nas impossibilidades, pensaria em como torná-las possíveis. Mas isso é tão difícil....
Divido com vocês uma das impossibilidades.
Na primeira manhã, pensei no universo político, afinal, não lhe parece impossível uma política limpa, transparente e digna?
A mim parece. Porém, ainda nos resta a esperança, que embora escondidinha, ainda reina em meu coração.
É estranho falar em política, partindo para um pressuposto emocional. Mas será que o problema não esta exatamente aí? Talvez falte o lado emotivo. Talvez o complicador seja o fato de nossos políticos não ouvirem a voz do coração. Talvez faltem-lhes “sensibilidade”.
Até por que, que coração seria capaz de suportar um país em que poucos tem muito, e muitos tem nada? Como aguentar uma educação que alienia ao invés de formar uma massa crítica? Como consentir com uma saúde que exige horas de espera para o atendimento?
As vezes desconfio, que algumas pessoas sequer tenham coração! Sem ofensas.
Ignorando nossa face emotiva, eis que a racionalidade se apropria de nossas ações, aliada ao poder que além de corroer, traz consigo a ânsia da competição, a ganância do “ter mais”, tornando-nos doentes, enlouquecidos. O reflexo que temos é o individualismo, que simplesmente se torna a ferida egoísta.
Ao tentar encontrar uma solução, deparei-me com muitas perguntas. Todas elas sem respostas.
A sociedade reflete a política, ou a política é reflexo da sociedade? É impossível chegar há um consenso!
Ops, “impossível”?
Na procura de possibilidades, encontro apenas mais impossibilidades!
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Gláucia, adorei o blog! E adorei o espaço da CBN tmb! Parabéns!
ResponderExcluirComo eu disse na postagem da cbn, a política sim, reflexo da sociedade... Assim como a sociedade reflete a sua política.
Mas complementando um pouco mais, eu diria que a política faz parte da sociedade, não estão dissociadas. A política é subordinada à sociedade, pois só existe para servi-la. Por isso, é seu reflexo, sim.
Mas aquilo que a politica produz reflete diretamente na sociedade.
Como diria o filósofo Herculano Pires, "Eis a dialética da política: Mudar a sociedade para mudar o homem e mudar o homem para mudar a sociedade."