Comecei a escrever o livro-reportagem que será o meu Trabalho de Conclusão de Curso, da faculdade de Jornalismo da Puc-Campinas. O assunto trata de doentes graves, aqueles que já são tratados, apenas, com cuidos paliativos - só para não sentir dor. Apenas isso, se pode fazer neste estágio. Apesar do tem, não são eles os protagonistas das histórias.
Coloco aqui um trecho - que talvez nem vá para a publicação - até para que me ajudem a escrever histórias, não dos pacientes, mas da família que os acompanham - Eles também sofrem!
Vou ficar muito feliz, se me ajuderem comentando, com críticas sugestões e se tiver algo legal, flaem pois ai sei que caminho seguir.
Espero poder construir este "livro" (desculpem-me a pretensão de assim chamá-lo) junto com vocês.
Segue um rascunho.
Grata.
Histórias que se encontraria no hospital: Sequer precisa chegar lá.
Fora mesmo do ambulatório, olhos negros fitam pelas ruas. Os dela são bem escuros e ainda não refletem brilho. Atende por Renata e já apagou 32 velas. Hoje, é ela quem está como a vela após os parabéns.
Sofre por algo que já foi – pra quem está de fora, faz tempo. Para ela, está sendo. Há quatro anos, Renata ficou sem comer a comida mais gostosa, sem receber os conselhos mais sábios, e até perdeu o colo mais confortável. Sua mãe se foi.
Aqueles olhos negros ameaçam inundar. A esperança tenta manter-se boiando. E não é fácil. Vestida de camiseta, na qual um desenho animado está estampado. Uma mulher, ainda com resquícios de criança. Quer ainda, o leite. Precisa do seio.
Recorda-se apenas das dores que seu exemplo de mulher sentiu e do visível abalo psicológico que não conseguiu superar.
A mãe não teve tempo sequer de passar pelos estágios que a Elisabeth Kubbler esquematiza em seu livro. Teve tempo apenas de não acreditar, de não aceitar. 180 dias foram poucos para barganhar e tentar recuperar a saúde. Cortou caminho e já caiu na fase depressiva - o quarto estágio de um doente - que só se pode cuidar paliativamente. Restou-lhe aceitar. A filha não tem certeza dessa afirmação. O que se sabe é que a TV foi desligada.
Difícil fica, para aquele que fica. Renata prova o trocadilho. A doença que não teve cura, transformou-se numa falta também incurável.
A mãe que ficou sem sua mãe mantém os cabelos presos e nada de maquiagem para realçar. O jeans é básico e o salto não combina com seu estilo. Talvez, não queira aparecer, vai ver não tenha – ainda – o que mostrar.
Está necessitada. De ajuda? Há dúvida se alguém pode ajudar. De uma palavra? Receio que ninguém conheça. Ouvidos? Talvez, alguém possa escutar.
Sua sensibilidade é sua melhor ferramenta quando escreve, Glau.
ResponderExcluirNossa deu mta vontade de ler esse livro.
ResponderExcluirVc esta escrevendo mto bom, e desperta curiosidade.
Sucesso, beijos :)