Mais um trecho do livro-reportagem que configurará meu TCC. (Assim espero)
Quando não dá pra fazer mais nada. Ou sendo mais otimista, quando pouco se pode fazer. Pouco pra quem faz, sempre muito para quem recebe. Todavia, quem faz, faz tudo: O possível e o impossível, afirmam eles.
Ninguém quer estar nesta situação. No entanto é inevitável. Talvez, não imprevisível, mas em grande parte dos casos, inaceitável.
É muito choro. Nas lágrimas tentam boiar a esperança. Olhos que já não refletem o externo, pois este já não se vê. Um olhar pra dentro. Pra onde dói. Só para aquele que sofre. Sofre com algo que destrói.
A maior destruição aliás, é a que o câncer de próstata causa. Não se sabe se em sofrimento - os outros têm também tal mérito - mas ao menos em incidência, assim está registrado no INCA. Neste Instituto, alguém usou a proporção após um estudo detalhado. A conclusão é que, de a cada cem mil homens, 62 famílias sofrem. Sentem o desamparo. Sofrem. Sentem a impotência de não poder fazer algo. Sofrem...
Ainda na ideia de proporção, nem metade deixará o sofrimento.
Em pesquisas, pelo menos, se projeta um futuro. Quem está sobre uma maca, está fadado a viver o presente, quem sabe lembrar-se do passado.
Um futuro que alcança 2015, quando estima-se, 15 milhões de pessoas terão o diagnóstico do câncer. Lá, serão nove milhões de família chorando. Seis milhões comemorarão um futuro mais longo, uma qualidade de vida melhor.
Nove milhões frente à morte. Um clichê que ninguém se acostuma: A única certeza deste mundo. Sabe-se, sem aceitar, sem compreender.
Difícil pra quem está prestes. A mesma dificuldade para aquele que está próximo. Não do fim. Mas daquele já passou do início e da metade.
Sofre quem tem, quem vê, quem está, quem sabe do diagnóstico.
É aquele que abre mão da rotina de trabalho e família, não por conta de estar debilitado, mas sim, por amar - amar demais, geralmente.
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