segunda-feira, 28 de junho de 2010

Breves Reflexões - Política


O ano é de eleição. O clima é eleitoral. As urnas se aquecem e o eleitor tem o futuro, na pontinha dos dedos.
A cada dois anos repetimos a mesma ladainha. Temos que votar consciente, dada nossa responsabilidade como cidadãos.
Todos nós sabemos disso, mas de saber à fazer existe um longo e instável caminho a ser trilhado.
Vota-se porque se tem obrigação; elege-se por falta de opção.
Político nesta sociedade virou sinônimo de corrupto. Eleitor pode ser sinonimizado como esquecido.
E é por isso que dá certo. O político só se mantém político devido a nós cidadãos.
Falar de corrução é fácil. Criticar então, é “papinha”. Mas ninguém faz. Ninguém se movimenta.

Serra, Dilma e Marina. Quem vamos escolher? O petista fica com a senhora, o tucano vai com o experiente e os preocupados com as causas ambientais opta pela guerreira. Mas, o que de diferente eles vão fazer?
Não importa, azul, vermelho e verde. Temos que escolher uma bandeira. Não valem boas intenções, tampouco boas ideias, o importante são as coligações, quem tem mais tempo na TV.

Sinto falta de algo... Mas não sei a causa desta escassez.
Não sei se a política é, ou tornou-se assim. Não sei se o poder corrompe, ou fomos nós que o tornamos-o pretexto para o corrompido.
Não sei se a culpa é da política ou a falta dela. Não sei se o problema é partidário ou ideológico. Porém receio e temo que os errados sejamos nós.

sábado, 19 de junho de 2010

Como já dizia Saramago...


Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.”

José Saramago expressa em uma frase aquilo que sinto desde quando nasci.

Sinto que pessoas tem aço e pedras, no lugar do coração. Pena, sinto destas. Mais infelicidade sinto, ao pensar que o ferro não se funde só com calor humano.


Não lhes desejo bom proveito, pois nada podem aproveitar, embora Saramago sai-se bem na ironia. A frieza é algo que me causa repugnância. Pra quer viver, se onde deveria pulsar, simplesmente bate? Bate forte. Bate sem dó.


Identifico-me com Saramago, pois como o dele, também fizeram meu coração de carne e hoje mesmo ele já sagrou. Sangrou quando vi um senhor simples, humilde e necessitado.

Ele foi falar comigo, logo de manhãzinha. Apresentou-se como cantor e pediu-me ajuda.

O coração sangra numa hora como esta. A incompreensão me ronda. Perguntamo-me o porque de tantas pessoas sofrerem, não terem condições de uma vida digna.

Nesta hora também me questiono e me revolto. Por que o poder esta nas mãos daqueles que não tem o coração de carne, que envolta-se no ferro?


Sinto-me tão atada, que a carne dentro mim, nada faz a não ser sangrar. O senhor que me comoveu, também emocionou-me, quando, cantou pra mim, uma música de sua composição. A letra era sobre o anjo da guarda e a esperança irradiava naquela canção.

O senhor precisava de ajuda, mas culpo-me e guardo comigo o ressentimento de não poder ter ajudado-o.


O sábio Saramago dizia que não precisamos ter pressa, mas sugeria que não perdêssemos tempo. Vamos manter calma, enquanto pensamos e também agimos. O mundo pode ser melhor, é só saber usar nosso tempo.


Saramago não foi apressado, só depois 50 anos se dedicou a literatura. Não teve pressa, mas soube como ninguém aproveitar o tempo. Depois da meia idade, fez sucesso com seus livros, emocionou, contrariou e presenteou as pessoas com suas palavras, embora, como o próprio já dizia, há coisas que as palavras não conseguem expressar.


Conforto-me pelo fato de que o ferro exposto a alta temperatura se fundi. Não vamos ter pressa, mas vamos seguir o exemplo de Saramago.

Vamos amar e sentir. Vamos tocar e acariciar. Vamos ter um tempo para gente e também aqueles que nos amam , pelos quais elucidamos a reciprocidade.


Saramago não se foi. Saramago continua em nossos sentimentos, em nossas conversas, na lembrança daquele bom livro, na recordação de um “grande cara”.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Voltando a ser brasileiro...


Hoje me falaram, que enquanto a gente torce pelo Brasil e se “empeteca” com as cores verde e amarela, muitos padecem, alguns choram, outros se quer têm água pra o brinde.

Pensei nessa hipótese e infelizmente ela não comete equívoco.

Também me falaram que a Copa do Mundo desperta um “falso patriotismo”, pois só com a Campeonato Mundial lembramos de nossa bandeira e gritamos lá do fundo do peito: BRASIL!

Aqui também temos outro posicionamento correto. Uma outra infelicidade.


No entanto, a grande dificuldade do homem é enxergar e assumir o lado bom das coisas. Não vamos desprezar os momentos bons, os sorrisos que nos aparecem, mesmo que timidamente.


Não pode-se negar a união que o mundial nos proporciona. Vamos todos, juntos, na mesma moda, no mesmo estilo, ao mesmo som, com igual grito: É HEXA! Somos também solidários, unidos pela garra, a vontade de vencer. Vibramos juntos a cada gol e choramos também, em união, a cada derrota.

Não creio na falsidade do clima de Copa do Mundo, mas sim acredito que apenas de quatro em quatro anos, nós brasileiros voltamos a ser brasileiros, retornando a nossa origem, resgatando nossas qualidades. Voltamos a ser aquele povo que vibra, torce, reza, aposta e sofre, sempre unidos e na ânsia de alcançar um mesmo objetivo!