terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Só não pode ter fila. Só não posso esperar...


Alguém me convida pra fazer algo hoje a noite?
Quero fazer alguma coisa... Qualquer coisa...
Ah, só não pode ter fila!

Sim, fiquei horas na fila hoje... Quando não é fila, é senha... E quando a gente pega a senha.. Ai, sentem-se. E esqueçam da vida.
Fila nos serviços. Pra entrar nos locais... Fora o trânsito. Parem de buzinar! Não percebem que todos os estacionamentos estão lotados?!

Reclamo de pé.. Talvez se estivesse sentada as críticas fossem menos árduas... Mas, o salto machuca.. E nós, mulheres, cismamos de parecer mais altas...

Como a gente reclama!
Sou só mais uma indignada com a demora nos órgãos públicos.
O fato é que a gente sempre faz isso: Reclamamos de "barriga cheia". E isso pode ser também, no sentido literal.

Vejam só: Não estava sentada, porém também não estava doente, como aqueles que aguardam horas para atendimento médico. Meus pés doíam.. Mas não corria o risco de um infarto.

Estava sozinha na fila, mas não abandonada, como aquelas que aguardam... Esperam um lar... Procuram ser filhos de alguém.

Tinha pressa, mas não a pressa de alguém que precisa de um órgão vital.

Estava atrasada, mas o atraso não refletiria na refeição do outro dia, como acontece com muitos pais de família. Eu poderia voltar "amanhã". O estômago não iria reclamar...

-Eu pago imposto! Quero ser atendida!

Ao sair, na calçada, um senhor, fora de filas, isento de impostos... Cidadão como eu. De "carne e osso", como nós... Só não mora como nós moramos. Deve pegar mais sereno nas noites.

Ao ver a cena, minha ira pelas horas "perdidas" na fila se tranformou em indignação...
Revoltei-me contra mim (com nossos representantes a revolta está virando deseperança): Como pude dar tanta importância para uma fila, enquanto gente lá fora também esperava.. Esperava... Não pra ser atendido, mas para ser visto, ser aceito, ter seus direitos reconhecidos... Ou simplesmente aguardava uma refeição digna.

Era quase meio-dia...

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