quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Livro: Eles não quiseram o Hospital

Pessoal, compartilho com vocês o link do meu livro-reportagem, que foi feito como Projeto Experimental do curso de Jornalismo da Puc-Campinas - meu TCC. Fiquei orgulhosa desse filhinho, mas preciso abrir o jogo: ele tem defeitos - e não são poucos. Foi feito em pouco mais de dois meses - é muito pouco tempo. Foi a primeira vez né? E eu achei difícil escrever! Não encontrava sinônimos. Foi um grande desafio. Esta é a primeira versão do livro e portanto há esses e mais alguns defeitos. Eu espero que a essência fique em quem leia. É um livro que me emocionei ao produzir e que permanece em mim. As pessoas nele, estão em mim. Marcaram sabe? O assunto destaca o papel de cuidadores de doentes em estágio terminal. Foi difícil estar com eles e não poder mudar aquelas histórias. Sim, teve momentos que me revoltei comigo mesmo, por que fazer isso? Todos nós vamos passar pela morte, vamos passar pela perda de alguém que amamos. Eu já passei. Leia o livro aqui.

domingo, 14 de outubro de 2012

O rádio de hoje não é como o de antigamente

Ouvindo a conversa de um senhor de 1925 e duas senhoras de mais de 60 anos. -Vocês não sabem da ultima! - Diz o senhor - Meu pai subiu ali na rua perto do Correios, que tinha a fabrica de rádio "Zingaro". Comprou um. Todo feliz chegou em casa e acredita que "radinho" não funcionou? Foi aquela tristeza! -Nossa, imagino - responde uma das senhoras. - Quando compramos o primeiro radio a pilha, parava todo mundo na frente, quietinhos ouvindo... -Tempo bom... - Completa o simpático senhor de 87 anos, orgulhoso por ter ainda a CNH no bolso, que só vence em 2013!

Carência

Sentada ao meu lado, uma senhorinha de uns 80 anos: -Bonita a missa né? -Sim é, sim... Continua a conversa, ela conta da família, pergunta de mim e finaliza: -Você pode me ligar? Me liga... Eu fico tão sozinha...

domingo, 6 de maio de 2012

É...

E vou contar que me deu medo. Confessar que há horas que sinto preguiça. Que nem sempre tenho certeza de que fiz o melhor... Sim, eu me arrependo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

É diferente...

Dois olhos. Uma boca... Mas, me disseram que ao meu redor tinha mais gente. Só uma voz... Próxima ao meu ouvido. Depois, me contaram que era uma festa.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bituca

Não tive dúvidas de que ela queria algo. Precisava de alguma coisa. Talvez, de alguém. Gritava, gemia. Fazia frio. Mais cedo, inclusive, Campinas registrou a temperatura mais baixa do ano de 2012. Assim, informou o Cepagri: Às 6h40 do Dia do Trabalho, 13.1 graus na cidade. Ela pode ter passado frio. Mas, receio de que tenha sentido. Passou por mim, no centro do município. Deserto, dado o feriado. Ninguém na rua. Nem na calçada. Eu e ela. Procurava. E achou o que queria, o que precisava. Uma bituca de cigarro. Amassado e bem na bituca. Pisado, entre a calçada e a Av. Benjamin Constant. Viu, pegou, levou à boca. Necessitava. Tentou fumar. Parou de gritar, não ouvi mais gemer. Se foi, com a bituca.

domingo, 22 de abril de 2012

O familiar do doente com câncer

Mais um trecho do livro-reportagem que configurará meu TCC. (Assim espero)


Quando não dá pra fazer mais nada. Ou sendo mais otimista, quando pouco se pode fazer. Pouco pra quem faz, sempre muito para quem recebe. Todavia, quem faz, faz tudo: O possível e o impossível, afirmam eles.

Ninguém quer estar nesta situação. No entanto é inevitável. Talvez, não imprevisível, mas em grande parte dos casos, inaceitável.

É muito choro. Nas lágrimas tentam boiar a esperança. Olhos que já não refletem o externo, pois este já não se vê. Um olhar pra dentro. Pra onde dói. Só para aquele que sofre. Sofre com algo que destrói.
A maior destruição aliás, é a que o câncer de próstata causa. Não se sabe se em sofrimento - os outros têm também tal mérito - mas ao menos em incidência, assim está registrado no INCA. Neste Instituto, alguém usou a proporção após um estudo detalhado. A conclusão é que, de a cada cem mil homens, 62 famílias sofrem. Sentem o desamparo. Sofrem. Sentem a impotência de não poder fazer algo. Sofrem...

Ainda na ideia de proporção, nem metade deixará o sofrimento.
Em pesquisas, pelo menos, se projeta um futuro. Quem está sobre uma maca, está fadado a viver o presente, quem sabe lembrar-se do passado.
Um futuro que alcança 2015, quando estima-se, 15 milhões de pessoas terão o diagnóstico do câncer. Lá, serão nove milhões de família chorando. Seis milhões comemorarão um futuro mais longo, uma qualidade de vida melhor.

Nove milhões frente à morte. Um clichê que ninguém se acostuma: A única certeza deste mundo. Sabe-se, sem aceitar, sem compreender.

Difícil pra quem está prestes. A mesma dificuldade para aquele que está próximo. Não do fim. Mas daquele já passou do início e da metade.
Sofre quem tem, quem vê, quem está, quem sabe do diagnóstico.
É aquele que abre mão da rotina de trabalho e família, não por conta de estar debilitado, mas sim, por amar - amar demais, geralmente.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Coisas da minha cabeça

Nem sempre o choro expressa tristeza. Ás vezes, é o desespero de estar de frente com algo novo. Novo que pode ser bom.

O sono não é cansaço mental ou físco. É uma necessidade biológica, que muitos traduzem na fadiga - o estresse de estar sempre acelerado demais.

A falta dele, pode ser o receio de não dar tempo de fazer tudo que se quer. E então, nem se dorme.



Ação, todos sabem, não vem do consciente.

O problema talvez seja, que poucos saibam traduzir o inconsciente.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Meu Santo Expedito...


Lembro deste trecho - na verdade nem sei se é bem assim.
"Meu Santo Expedito, das causas justas e urgente, socorrei-me nesta hora de aflição de desespero".

Foram muitas horas aflitas, sem calma, sem conforto.
A calma veio com a oração, o conforto com a fé no santo.
Aflição que se amenizava.

Pedia quando quem estava ao meu lado já não tinha mais forças e chorava.
Hoje, ela sorri.

Voltei a rezar quando uma outra - que amo tanto quanto a primeira - já não tinha forças de se alimentar.
A fé foi tanta, que a solda não precisou ser colocada. Ela comeu um prato de sopa - lembro-me como se fosse hoje.

Precisei pedir quando as finanças lá em casa não ia tão bem.
Quando a saúde de quem amo estava fragilizada.
A situação com dinheiro está melhor.
A saúde sendo cuidada.

Durante a oração tem um trecho assim:
"E levarei o seu nome a todos que tem fé".

Levo, compartilho minhas experiências, meus testemunhos. Com muito orgulho e propriedade. Hoje, devotos estão em festa. Estamos.

Muito obrigada, meu Santo Expedito.
"Serei grata, pelo resto de minha vida"

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Um tipo de mulher

Shorts bem curto. Blusa decotada, pra realçar o silicone: seu sonho é ser "paniquete".
Cabelo bem escorrido e preto, pra chamar atenção ao andar pelas ruas.
Da boca saem palavras indelicadas, objetivas, explícitas e direta ao ponto.
Algumas, prefiro não reproduzir, mas ouvi a mensagem: "Pega eu?" - E o tom não era de brincadeira, mas sim total intimidação.
Fala da sua elasticidade, sugerindo algo que possa ser interessante com alguém flexível.
Pede alto coisas que até para falar no ouvido exigiria uma grande intimidade com receptor e coragem do interlocutor.
Não chega, se joga.
É espaçosa. Talvez porque lhe falte espaço - os outros tampa-os para não tê-la por perto.
Precisa gritar, senão ninguém a ouve. Afinal, não tem o que falar.


Só descrevo, embora pareça que julgo.
Apenas me choca tal postura. Intriga-me este tipo de posicionamento.
Não existe certo ou errado. Bem ou mal.
Mas,
- Respeito é bom, há quem goste.