quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um Ano Novo sem as metáforas do Ano Velho


O engraçado é que todo final de ano, a esperança ressurgi de forma resplandecente, a fé toma parte de nosso tempo em promessas e orações. A sorte parece estar lançada e bobo aquele que não faz sua fezinha na “Mega da Virada”.
Interessante que no início de um novo ano nos aproximamos das pessoas, numa vontade incansável de desejar a todos, votos de prosperidade e realizações. É bom ser lembrado, complicado é esquecer de alguém.

O branco atrai a paz, o vermelho o amor. Há quem acredite que o amarelo elucide a prosperidade financeira, enquanto o verde, rega a alma de esperança. Nada melhor, portanto, que passar a virada “a la arco-íris”, afinal o que vale todo ouro, quando não se tem quem presentear? Ou ainda em metáforas chulas, - muito bem ensinadas por nosso presidente durante o ano de 2009 - como se pode ter esperança, num ambiente de discórdia?

O que devemos ter em mente é que nenhum ano será realmente novo, se continuarmos com os mesmos erros do passado. E isso vale para eleições, até porque, se é tudo farinha do mesmo saco, é hora de experimentar uma marca diferente, abrindo uma nova embalagem. Se fuçarmos bem as prateleiras, prometo a vocês que a gente encontra farinhas com novos temperos, ainda não contaminadas.

Aliás, por falar em promessas, abdiquemos de tais. É todo ano a mesma coisa! Chega dezembro e todo mundo começa a prometer, prometer e prometer. As promessas já impregnaram a política, e por esse exemplo, sabe-se que da promessa até a prática há um longo caminho a ser percorrido, com muitos buracos, desvios, sem falar dos pedágios. Chegar ao destino exige muita pertinência e infelizmente é mais fácil desistir, ou simplesmente esquecer, como muito de nossos representantes têm se esquecido.

Por falar em esquecimento, o ano de 2010 poderia ser a elucidação da lembrança. Lembrar que vivemos numa democracia, na qual políticos são nossos servos a medida que estão no poder para lutar pela esfera pública e não pelos interesses individuais. É bom refrescar a memória com o fato de que mordaça morreu com a ditadura e a liberdade de expressão é uma conquista que jamais poderíamos ter nos esquecidos. Porém, vamos começar o ano bonzinhos, lembrando ou reensinando tudo direitinho às nossas Excelências. Mas, se não aprenderem, em outubro a gente reprova, ou melhor, não reelegemos.


A vida é tão fácil, nós que complicamos. A oração de São Francisco em sua beleza e simplicidade prova que viver é uma arte e não uma guerrilha. Ao invés de odiar, simplesmente ame. Onde há discórdia, deve-se optar pela paz. Se houver desespero basta trocar pela paz. E caso haja trevas, é só acender a luz. Com essas escolhas, amar será melhor que ser amado. Perdoar será a solução para ser perdoado. Conformar trará mais benefício que ser conformado ,“pois é dando que recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a Vida Eterna.”


O objetivo 2010 não é ter um novo ano, mas sim uma alma nova. Temos em mãos mais uma chance para acertarmos.

Estamos prestes a abrir o livro. As páginas estão em branco, e somos nós os autores desta obra, intitulada “Oportunidade”. O primeiro capítulo é o Dia de Ano Novo!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Surpresas de Natal


Jânio de Freitas recentemente em um belo artigo, fez um pertinente apelo, para que neste Natal, tivéssemos surpresas apenas natalinas. Mas não há jeito, elas veem acompanhadas.

Na véspera natalina, o garoto Sean foi entregue a seu pai. Uma vitória para Justiça brasileira, validando a lei. No entanto, imaginem a surpresa que teve a irmãzinha do menino, sua avó, o padastro. Cinco anos comemorando o nascimento de Jesus, juntos, reunidos, ao redor de uma mesa farta, ansiosos para a troca de presentes. Eis que a legislação rompe a sucessão de natais alegres e harmônicos. Sean com pai. A família materna sem Sean. Uma bela surpresa para Justiça. Triste surpresa para os corações dos envolvidos. Será que Goldman foi presenteado com o sorriso de seu filho?
Penso também na surpresa que teve as envolvidas na psicopatia do ex-médico Roger Abdelmassih. Numa época de perdão e de muita sensibilidade, o afronte à lei não pode ser desconsiderado. Cadê aquela Justiça do caso Sean? Surpresa alegre para Roger. Surpresa banhada à decepção para aquelas que foram violentadas.

Também tive uma surpresa no Natal familiar. Nas visitas natalinas, fomos surpreendidos. Minha tia avó não poderia receber nossos presentes, pois estava hospitalizada. Sem clima natalino, a surpresa soou preocupante. Visitá-la no hospital foi a saída. Surpresa infeliz para nossa família. Mas, uma surpresa que me fez pensar nos natais.

Fico imaginando o Natal daqueles que estão enfermos e aguardam o nascimento do Menino Jesus. Penso nos que passam a ceia trabalhando, afinal, se tem doentes, há aqueles que dedicam-se a amenizar e curar o sofrimento. E este é só um exemplo, até por que, o “tempo não pára”, já dizia Cazuza. A polícia continua na rua, a emergência se atenta, sem falar dos atendentes de pedágio, ainda mais agora com a surpresa de novos pontos de cobrança nas rodovias.
Lembro-me ainda daqueles que não têm recursos para fazer jus a toda fartura que se deseja por ai. Imaginem só, quantas crianças não receberam a visita do bom velhinho. Quantas pessoas não tiveram a companhia de quem desejava. Penso ainda, naquelas que não puderam desejar um “Feliz Natal, mãe”, ou quem sabe, “Feliz Natal, pai”.
Como deve ser o Natal numa clínica de recuperação? De que forma detentos comemoram a passagem natalina? Qual o segredo para comemorar o espírito natalino, quando se está só?

Espero que as surpresas natalinas tenham sobrepostos as surpresas cotidianas. E, na verdade não tenho dúvidas disso, afinal, existe melhor e maior surpresa que a vinda do Messias?

O Natal nasceu no coração de Jesus, mas só se completa, quando alcança o coração do homem. Está seria a melhor surpresa de aniversário para o Nosso Pai.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mensagem Natalina

Pessoal, este é um vídeo que fiz a um tempinho. A mensagem é de um colega meu, o Luan e a locução minha e de outro colega, o Thiago. As palavras são bonitas e valem a reflexão.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Agradeço ainda, pela corrupção


“Oh, Minha Senhora e também Minha Mãe.
Eu me ofereço inteiramente toda vós.
Incomparável Mãe,
Guardai-me,
Defendei-me,
Como filha e propriedade vossa,
Amém.”

Todo ano vou à Aparecida do Norte, pedir e agradecer graças, que pela interseção de Nossa Senhora, se concretizam em minha vida e na vida das pessoas que amo.
É incrível como sempre temos algo para pedir. Inacreditável como somos insensíveis na hora de agradecer.
Alguém já agradeceu o sol que nos acorda? Ou a chuva que faz florescer? Reclama-se quando está quente, reclama-se quando faz frio.
Virtude tem aquele capaz de perceber as Graças que Deus presenteia-se. Pobre aquele que não enxerga o Pai nas curvas admiráveis da natureza.

Ano passado fui até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, e confesso que as circunstâncias daquele ano, dificultaram ainda mais a virtude da gratidão. Dificuldades financeiras, problemas familiares e de saúde tumultuaram o ano de 2008, e minha única esperança era pedir uma graça, confiando em Nossa Mãezinha. Foi o que fiz, quando poderia simplesmente, ter agradecido: “Obrigada por todas as dificuldades. Os desafios, fizeram-me crescer.”

Não soube agradecê-los. Confesso que não aceitava tudo aquilo. Queria uma vida como nos livros de Walt Disney. Será que merecia toda aquela turbulência?
Só hoje vejo o quanto as dificuldades fora, benéficas e me remeteram à realidade. Mais cedo ou mais tarde temos que sair da abstração. Feliz daquele que transcende em meio os obstáculos. Sábio e forte.

Não uso este espaço para descrever meus problemas, pois inevitavelmente todos os tem e não acredito ser válido amenizar uma dificuldade com outra maior. A validez fica por conta do aprendizado, que nos faz viver melhor e evoluir do homem que pede para aquele que agradece.

O ano de 2009 foi um ano de realizações profissionais. As pedras persistiram, mas os obstáculos já haviam me ensinado a desviar. Houveram dias de tempestades, sempre seguidas da calmaria. Às vezes o sol negava-se a aparecer, mas logo as nuvens caminhavam e a radiação voltava a iluminar meu dia.

Infelizmente, este ano não fui e provavelmente não irei ao Santuário de Nossa Senhora. Por isso, uso este espaço, como muitas vezes usei papéis espalhados pela Igreja de Aparecida, não para pedir, mas sim para agradecer.

Nossa Mãe sabe o que guarda o coraçãozinho de cada um de nós, porém gosto de expressar-me com as palavras, mesmo quando elas não suprimem o grau de gratidão. Palavras são apenas palavras e se perdem no vento. São incomparáveis à uma ação, porém podem servir de sugestão, para que o leitor também tenha motivos para agradecer.

Agradeço pelos pais que tenho, os amigos que conquisto e as oportunidades que enxergo.
Sou grata pela saúde que me faz ter fome, pelas pernas que me conduzem ao trabalho, pelos braços que permitem que eu escreva.
Muito obrigada pelos dias que estava triste, pois fizeram-me valorizar as pequenas alegrias.
Obrigada também pela Capitu (minha cachorrinha) que fez com que percebesse o quanto as palavras são desnecessárias, quando se tem um olhar terno.
Grata pelo trabalho que me faz dormir poucas horas, mas me garante o contato com gente humilde e de sensibilidade, com as quais muito aprendo e fico honrada em um pouco, poder ensinar.
Agradeço o dia que não comi o que queria, pois quando o fiz o sabor estava muito mais intenso.
Muito grata pelos “puxões de orelha”, já que estes impediram-me de cometer o mesmo erro.
Sou agradecida pela correria e o tempo escasso, eles fizeram-me cumprir metas e mostraram que com determinação, tudo é possível.
Obrigada pelas brigas e discussões. Ensinaram-me a reconhecer meus erros e quando não, mostram-me quem são meus verdadeiros amigos.
Agradeço imensamente a cobrança e pressão da faculdade, pois sou privilegiada, numa sociedade na qual poucos tem acesso ao ensino superior.
Obrigada por todas as dificuldades, fizeram-me com que prestasse atenção no canto de uma maritaca, fitasse um lago em meio à cidade, ouvisse atentamente os “causos” de pessoas mais experientes, valorizasse cada sorriso, cada momento ao lado das pessoas que amo, cada caractere digitado, cada palavra lida, cada olhar sincero.

A lista de agradecimentos é mais extensa do que imaginava. Vou parar por aqui, não por falta de conteúdo, mas temendo a extensão deste artigo.
Só não posso esquecer de agradecer por toda corrupção. Apesar de sermos roubados, na mais descarada ironia, agradeço pois, na situação de cidadão que paga seus impostos, a noite, durmo, sem que a consciência pese em meus sonhos. Desculpe-me acabar com um pedido, mas gostaria que os políticos corruptos percebessem o quanto a vida pode ser prazerosa, sem a necessidade de ferir o desfrute do seu próximo.
Assim seja.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal: O que estamos comemorando?


Muitos dos artigos aqui postados tratam da minha indignação perante nossa política nacional. Gostaria que tais fosse desnecessários, ou meramente ilustrativos e ficcionais, no entanto a realidade esdrúxula e inaceitável do universo político reflete este repúdio, numa aversão que não perde a esperança e luta por uma política ética e por um país melhor. Melhor para gente, cidadãos que pagam seus impostos e prestam contas à Justiça.
Tivemos muitos escândalos, exemplos de cinismo, ironia, arrogância e total descaso com nós, membros deste país. Uma incrível e inaceitável comédia, na qual só nos faltava o nariz vermelho.
Muitas críticas, bem dirigidas, foram proferidas, muitas manifestações levantadas, porém o receio de comer panetone, parece contaminar nosso Natal.

E por falar em Natal, seria ignorância de minha parte, desperdiçar caracteres com pessoas como Sarney, que consideram que o Senado terminou 2009 “brilhantemente”. Pasmem! Brilhante para quem? Só se for para ele e demais senadores. Para mim, este ano que já vai, consolidou a Casa como exemplo de hipocrisia.

Já demos muito espaço para esses políticos corruptos, que embora não representem a totalidade da política, aqueles que renderam-se à corrupção, são suficientes para manchar, sujar, contaminar e descreditar “a arte de bem governar”.

Com tanto mal exemplo, perde-se a essência natalina. Isso é tão grave quanto carregar dinheiro em meias e cuecas, devido a falta de uma maleta.

Indignados com a política, preocupados e chocados com novas edições do mensalão esquecemos do Papai Noel, e aqueles que se lembram, comente equívoco ainda mais grave, pois por um lapso, não recordam-se que dia 25 de dezembro, comemoramos o nascimento do Menino Jesus, aquele que acreditou em nós, e morreu na Cruz.

Perdidos no espírito capitalistas, ignoramos o fato de que o Natal é muito mais do que aquela bela ceia e a deliciosa troca de presentes, embora ambas sejam de nosso agrado e de relativa importância, pois é um momento em que a família se reúne, mata a saudade, e involuntariamente comenta os escândalos que nos açoitam.

Falta-nos lembrar o que de fato estamos comemorando neste dia 25, passando a verdadeira essência as nossas crianças e lembrando os nossos políticos de quem foi o Menino Jesus, não para que se espelhem nele (seria muita pretensão), mas para que vejam que o poder não emana do “ter”, mas sim do “ser”. Majestade tem aquele que tem vontade suficiente para desprender-se da matéria, sensibilidade para compreender as necessidades do próximo, percepção adequada para entender o quanto a igualdade é benéfica, coragem para perdoar e amor incondicional para morrer pelo bem. Este foi Jesus, o Filho de Maria e José, o enviado de Deus, Nosso Pai.

No dia 25, reunidos na mesa, ansiosos em receber o presente, vamos nos lembrar daquele que está para nascer. Lembrar do exemplo de vida de Jesus, recordando de Maria, que confiou na palavra de Nosso Pai, e sem temer preconceitos e injúrias, aceitou o recado do Anjo Gabriel, e deu a luz ao Nosso Salvador. Lembremos também de José, que confiou em sua esposa e soube fazer jus ao papel de pai do nosso Cristo.

Um dos meus temores é que os verdadeiros sentidos percam-se no tempo, num Universo em que Páscoa seja simplesmente chocolate, e Natal, apenas Papai Noel.

Não basta comemorar, temos que saber o que de fato estamos comemorando. O que esperar de uma geração que aguarda o Natal simplesmente porque é época de ganhar presentes do bom velhinho?

Podemos esperar uma geração que acredite no fato de que, um líder carismático esteja acima do bem e mal, que um dia caminhará sobre as águas, e que será capaz de morrer na crucificado.
Estaríamos sendo cúmplices, ou responsáveis por uma geração iludida e tristemente enganada, afinal, esse líder jamais caminhará sobre águas, sequer saberá definir o bem e o mal, muito menos se submeterá a Cruz, pois ele não acredita no povo, crê apenas em seus companheiros. Ele não quer um mundo melhor, deseja apenas que sua candidata seja eleita.

Temo que sejamos nós essa geração. No entanto, conforto-me, pois sei que a manjedoura esta ali, esperando o nascimento de Jesus, aquele que perdoou Judas, mas jamais se “aliou” com o mal.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A Política do Vandalismo


Muitas críticas disparei sobre a política, e percebendo que estas perdiam-se ao vento, também disparei indignação perante os cidadãos. Não sei até que ponto validam-se, porém, na pior das hipóteses, quando não rendem críticas, servem como terapia, numa gostoso desabafo.

Não que eu seja chata e implicante, muito menos desiludida com mundo, pelo contrário, há quem me ache legal e compreensiva, assim como creio muito numa vida mais digna, num mundo mais justo.

Há fatos que me decepcionam, e o pior é que para isso, basta abrir o jornal. Ainda assim, conforto-me diariamente com desafios que exigem fôlego, e numa luta individual, para bem coletivo, constantemente reservam-me boas surpresas.

Estes blog não tem caráter pessoal/cotidiano, até por que fico pensando, quantas pessoas teriam interesse em saber o que fiz ontem, ou vou fazer hoje? Talvez meu pai, minha mãe e mais uma meia dúzia de pessoas. O restante acharia mais atrativo assistir “A Fazendo”, ou esperar o novo BBB. Por isso, resolvi criar um espaço para debate, e nada melhor que fatos não consensuais para criar um embate.
A política sempre causa polêmica e merece ser debatida, bem como alguns atos que correm por lá, devem ser combatidos.

Mais uma vez questiono um ponto infeliz da sociedade. Desta vez não contra os políticos, mas contra uma parcela da sociedade, numa crítica à Juventude.

Muitas vezes defendi e continuarei defendo nós, jovens. Temos sonhos, capacidade, mas para isso precisamos de oportunidades. Graças a Deus tive boas chances, estou tendo e espero no futuro tê-las.
No entanto, represento uma juventude que sofre discriminação, numa descrença incompatível com o desenvolvimento de um país como Brasil. Há ainda preconceito com o jovem, desconfiança. Claro que gostamos de balada e de nos divertir, porém, também é clara nossa lucidez perante as responsabilidades que, mais cedo ou mais tarde, teremos que assumir. Precisamos de apoio e de uma sociedade que entenda que somos nós, o futuro das nações.

Errar é humano, e modificando um bonito slogan do governo: “assumir o erro é mais bonito ainda”. Muitas vezes cometo equívocos e embora me chateie com tais, consigo reconhecê-los e se for o caso, desculpar-me por tal.

Neste artigo, reconheço um grande erro da juventude, propondo uma reflexão, inclusive aos meus colegas, que por não sei que razão, cometeram ato tão vergonhoso.

Ano passado estudei na Escola Culto à Ciência, grande referência aqui de Campinas. Foi uma grande experiência, uma vivência da qual muito me orgulho. Já comentei aqui sobre os conhecimentos literais e de vida, lá abstraídos.
Participei da Comissão de Alunos e num trabalho comprometido, eu e mais três alunos, amparados pele Diretora Débora e Professor José Carlos Rocha Vieira Júnior. “suamos a camisa” para conseguir a reforma do Colégio.
A estrutura estava comprometida, as raízes das árvores ameaçam as edificações. A situação era de calamidade e de certa tristeza, afinal, mais que um Centro de Ensino, Culto à Ciência é um patrimônio dos campineiros.
Mesmo com toda a insegurança as aulas prosseguiam, e os alunos permaneciam sob aqueles tetos, sempre com um certo receio.
Fomos a vários órgãos governamentais, recebemos visitas de representantes e engenheiros, porém a reforma caminhava a passos lentos. Nossa sorte é que a persistência, unida a perseverança e força de vontade vencem qualquer “parada”.
O ano letivo se foi, porém a luta do Professor Carlão e da Diretora Débora persistiu.
Esse ano, lendo o jornal, tive a feliz notícia de que enfim o restauro do Colégio começou com força e determinação daqueles que desde o início apoiaram, com apoio político e verba governamental.

Num artigo que sairia ileso de corrupção e crítica a políticos, embora alguns tenha abandonado a causa que trato aqui, infelizmente tenho que citar a juventude, num ato que me envergonha, e não possibilita compreensão.

Várias vezes abdiquei da aula, que poderia ser valida para o vestibular, para comparecer em reuniões que pudessem agilizar a reforma. Várias vezes sentei em frente ao computador escrevendo relatórios afim de dar credibilidade a tudo aquilo que Comissão de Alunos fazia. A experiência exigiu esforço, mas foi muito bem recompensada. Colégio reformado, alunos seguro.
No entanto, estes estudantes que deveriam estar gratos e orgulhosos, agradecem de forma que me assusta, com atos de vandalismo, destruindo aquilo que, com muito esforço e dificuldade conseguimos conquistar.

Manifestações podem contribuir com aquilo que está errado, ou com o que não concordamos. Neste caso, destruir plantações de arruda seria o aconselhável, e não cometer ações de total descaso com o patrimônio da cidade, com a disponibilidade de alunos, professores e direção, bem como com a boa vontade de políticos que entenderam a necessidade da escola.

Se a política está impregnada de corruptos, saibam que há aqueles que não permitem a generalização. Se estamos tendo exemplo de juventude de vândalos, conforto-me com fato de isso não ser generalizado.

A corrupção criou um estreito vínculo com a política. Não podemos permitir que o vandalismo seja vinculado à juventude, afinal precisamos do incentivo, mas também somos capazes de dar o exemplo. Se não temos oportunidades, que não sejam os muros nossa forma de se expressar. Pintemos os rostos, mas não degrademos a parede que, com tanto custo recebeu uma camada de tinta.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Bambuzinho: 40 Anos de Carreira

Este DVD foi gravado em comemoração aos 40 anos da Carreira do humorista e radialista Bambuzinho, meu pai.
Na realidade é um show de humor, gravado na Paioça em Joaquim Egídio, com as melhores piadas do repertório do Bambuzinho, "O mais Caipira de Todos os Caipiras", e simplesmente, "o Melhor Pai do Mundo".
O DVD já está à venda e pode ser adquirido através do telefone: (19)3388-2758.

Aqui, mostro-lhes uma pequena parte do DVD, na realidade, não consiste no show, que inclusive, rende risada do início ao fim (posso garantir). Quis aqui expressar todo orgulho e admiração que tenho pelo profissional Bambuzinho, bem como o amor e todo a agradecimento que tenho por ser sua filha.

Neste vídeo, tem uma pequena homenagem que prestei ao artista e ao pai, e também alguns dos depoimentos que constam no DVD, Moacyr Franco (Humorista e compositor), Jonas Donizette (Deputado Federal), Cleiton Silva (Diretor Geral e Humorista) e Jair Duprá (Diretor Artístico da Rádio Central e Radialista).

(OBS:Espero que gostem. A qualidade não ficou perfeita, pois tive que fazer uma "gambiarra", pois youtube não aceita vídeos muito pesados. )

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Insignificantes: Eu, Tu ou Eles?


Como já mencionei por aqui, cansei de criticar nossa política. Política não foi criada por Deus. Se tem algum responsável, esse é o homem. Políticos não foram eleitos por força divina, portante, se há responsabilidade de alguém, esta é do eleitor.

Minha atenção sempre esteve nos jornais diários, mas a semelhança entre os fatos noticiados, bem como a denúncia da sociedade assustadora que vivemos, distanciou-me, ao menos por um dia, dos periódicos.

Fazia tempo que não ia ao centro de minha cidade. Um pouco por falta de tempo, um pouco por medo da violência. Nunca fui assaltada (graças a Deus), mas prefiro não correr riscos, embora baste estar vivo, para ser suscetível a tais.
Ontem, abri mão de meus temores, ou pelo menos, assim tentei.
Pela manhã, fui ao centro e mesmo com pressa banhada de receio, meus olhos fitavam situações que nunca tinha visto, ou melhor, jamais havia percebido.

Sentado na calçada havia um senhor, com as pernas esticadas, e muitas, mais muitas feridas e inflamações sobre o corpo. Enquanto as pernas estendidas lhe proporcionavam melhor conforto, o braço esticado implorava uma ajuda. O retrato da dor foi sentido por mim. Perante aquele sofrimento, meus olhos desviaram-se. Insignificante.

Naquela mesma calçada, lotada de pessoas e sacolas, comprovando o espirito capitalista do Natal, deparei-me com uma cadeirante. Incrível como o piso é irregular, os acessos inadequados e se, como sempre reclamo, é difícil caminhar com saltos finos, fiquei imaginando o desfaio de andar sobre uma cadeira de rodas. Inconformados e impossibilitados, mais um vez meu olhar mudou de foco. Insignificante.

Na praça do Palácio da Justiça muitos engraxates embelezavam velhos sapatos, jogavam conversa fora, um joguinho de baralho, numa realidade tão distante e tão mais lícita do que a de Arruda que parei para observar. Não é que engraxate existe mesmo? Olhei para o relógio. Pressa. Atraso. Insignificante.

Descobri também que pomba da paz não é mito. Na principal rua do centro, um rapaz todo pintado de branco segurava uma pombinha bem branquinha. Juntos, os dois apresentavam um número previamente ensaiado, e depois de concluído “passavam o chapéu” para colher os frutos do trabalho. Embora o dinheiro não renda tanto como em meias e cuecas, o homem branco parecia satisfeito. Devido a pressa, não pude esperar o próximo show. Insignificante.

Todas aquelas situações despertaram-me curiosidades, e mesmo que por poucos segundos, prenderam minha atenção. Os olhos relutavam em não enxergar o que viam, mas a insignificância daquelas pessoas protagonizavam aquele cenário.
Ali, bem no centro da cidade, estavam explícitas, mazelas de nossa sociedade. O enfermo sem assistência. O deficiente imune de adequações. O trabalhador honesto que insiste em seu ofício para subsistência. O artista que faz mil piruetas, para garantir o leite das crianças.

Além de transparecer os desafios de nosso País, mostraram-me o quanto, eu, sim “eu” sou insignificante, na maior confissão de toda minha fragilidade e indiferença, num ato de enorme covardia, tentando, na mais inútil das tentativas, “tapar o sol com a peneira”, esconder dos olhos, o que o coração já havia sentido.

Se no artigo “Eleitor Otário” (abaixo) retratei nossa imbecilidade, aqui demostro nossa incapacidade.
Somos incapazes de curar feridas. Impossibilitados de nivelar calçadas. Insensíveis a ponto de não reconhecer o profissional que engraxa. Não temos tempo para aplaudir um novo show.

Hoje, meu maior temor, não é caminhar pelo centro de Campinas, mas sim, tenho medo de que chegue o dia em que não tenhamos mais tempo para passar com os amigos, que nos falte minutos para sorrir.

Estes olhos de insignificância, já foram olhos de desprezo, desaprovação, bem como de afeto, carinho, amor. Estes olhos, que a “Terra há de comer” já se inconformaram com cenas de mensalão, já se envergonharam com a política nacional. No entanto, esse olhar ainda tem luz e é regido por esperança.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Eleitor Otário


Como de costume, acordei às quatro da manhã, afinal o trabalho me chama! Aliás, me desperta. Na luta entre sono e o trabalho, apesar de ambos serem bons lutadores, o serviço sempre vence. Não só pela necessidade, como também pelo prazer que sinto ao realizar meu trabalho: acordar campineiros, através das ondas do rádio!

Missão cumprida, campineiros acordados, é hora de voltar pra casa, tomar café da manhã, ajeitar umas coisinhas, e claro, ler o jornal.

Mas que maldito impresso! É incrível como uma notícia pode acabar com nosso dia. Inacreditável como um fato relatado pode nos fazer sentir tão alienados em meio a tanta geração de conteúdo. Inadmissível que entre tantos escândalos noticiados sejamos tão indiferentes, tão submissos, tão imbecis!

O que mais pode comprovar que vivemos em uma ditadura disfarçada e sem fardas? O que falta para que a sociedade perceba o quanto somos afrontados por políticos corruptos, cínicos e irônicos? Em que outros locais teremos que ver dinheiro escondido para percebermos o quanto somos desmoralizados?

Cansei de criticar os políticos! A cada dia fica mais claro e visível o quanto são indiferentes com a população, o descaso que têm com o cidadão que paga impostos, que trabalha para garantir o sustento de sua família. Mas porque criticá-los? Somos nós, os idiotas!
Eles sabem que é muito mais fácil carregar dinheiro em meias ou cuecas. Assim como, é mais fácil apropriar-se do dinheiro público. Basta ser corrupto ou aliar-se aos que o são.
Ah, como a vida é tão mais fácil. Porque então nós, cidadãos comuns, não conseguimos torná-la assim?

A culpada desta vida “apertada” que vivemos é a ética que nos foi ensinada. É culpa da noção de dignidade humana e de valores que carregamos em nossa bagagem. Culpa também da maldita mania que temos de respeitar o próximo. Culpa da nossa sensibilidade, que nos incapacita de tirar o pão do faminto e colocar aquela verba em nossas vestimentas. Como somos covardes! Porque pensar no próximo? Vocês não viram o Arruda. Em quem será que ele pensou? Em seu Estado? Claro que não. Ele não é como nós, utopistas que acreditam que o mundo pode ser melhor. E que, pela idiotice que nos rege, distribuiria sim, panetones.

Se o mundo é dos espertos, o Brasil é dos políticos.

Então, o que estamos fazendo aqui?! Nunca somos chamados para saborear as pizzas que sucedem os escândalos. Nunca lembram-se de nossas necessidades como seres humanos. Não se lembram que fomos nós que os colocamos no poder. Esquecem-se que toda a dinheirama que corre solta pelas roupas íntimas, é fruto de nosso esforço. Preferem esquecer que o povo, mais que deveres, tem direitos.

Enquanto eles se esquecem, nós continuamos alienados e também reféns do esquecimento.

Esquecemos dos escândalos, das baixarias, dos casos de corrupção, da farra política, e dominados por nossa burrice, confirmamos o título de “Eleitor Otário”, reelegendo, eleição após eleição, aqueles que outrora nos esqueceram.

Somos imbecis ao aceitar um mito, no lugar de um presidente de verdade. Somos idiotas ao concordar com uma candidata, simplesmente porque nosso líder carismático assim o quis. Como somos bobos ao deixar que nosso imaginário nacional seja seqüestrado por um governante. Quanta ingenuidade temos nós, espectadores que prometem lágrimas perante ao “Filho do Brasil”. Somos panacas ao crer que de fato, imagens não falam por si, embora sejam ensurdecedoras.

Se políticos tornaram-se sinônimo de corruptos, o povo é sinonimizado à imbecil!

Já que é tão difícil acabar com a corrupção, tenhamos fé e esperança para que a imbecilidade não seja assim tão complicada de se erradicar.
Nesta frase, talvez eu esteja confirmando, mais uma vez o quanto somos surreais e idealistas. No entanto, o que fazer se não nasci com o dom para política? Pelo menos, não para essa política que assola nosso país.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Imensidão Azul


O último Café da Abrange do ano de 2009 teve como tema as Redes Sociais, que se destacam principalmente no Estados Unidos e no Brasil, sendo que aqui, 25% do tempo gasto “online” é usada na visualização de perfis ou na configuração destes.
As redes sociais sempre existiram, sendo que a digitalização ampliou tal aspecto, seguida da desmaterialização, levantando a tendência ao relacionamento, contraposta à propriedade.

Com todo avanço tecnológico temos uma mudança geracional, que acarreta em mudanças comportamentais e sociais. As pessoas que nasceram junto com a Internet, começam a ingressar nas Universidades, o que leva à mudança a postura, inclusive em sala de aula, já que os professores acabam aprendendo com seus alunos, o que é interessante pois proporciona uma “troca” de saberes.
Essa juventude está inserida no mundo digital e caracteriza o mundo globalizado que exige rapidez, agilidade e interação, supridas pela Internet.
Junto com a instantaneidade e com a interação que o veículo permite, há uma produção enorme de notícias, num espaço em que todos podem participar, com discussões abertas, acesso a textos, livros, vídeos e imagens, de forma gratuita ou a preços ínfimos. O grande problema é que todo poderio da Internet não garante, muito menos elucida a credibilidade, o comprometimento com aquilo que é publicado, a responsabilidade dos autores, já que muitos, inclusive, escondem-se no anonimato, ou mentem sua identidade. É um ambiente perigoso, mas extremamente tentador. Como define Fábio Cipriani, é um Oceano que causa medo, tamanha sua extensão e “rapidez das águas”, porém o azul encanta e fascina.
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Na rede tudo é copiado, qualquer tipo de mídia, seja som ou imagem é propagando por um único meio. Nesta máquina de copiar o profissional de comunicação perde-se no oceano. O jornalista, enquanto intermediário morre sem ar, tamanho grau de oxigênio que toda população suga desta imensidão azul. Através da Internet todos surgem na intermediação de notícias, divulgação de fatos, como geradores de conteúdo, num ambiente sem controle do Estado, nem da imprensa. O canal que antes era de domínio dos jornalistas, abre-se para o mundo.
O profissional de jornalismo perde sua função de intermediar, bem como, recentemente, perdeu sua capacidade de formar opinião. Passa-se por uma situação desafiadora. A imprensa além de receber críticas de líderes governamentais e ser amordaçada com a censura, passa ter como concorrente a Internet.

Cogita-se o fim do jornal impresso, verifica-se declínio nas audiências televisivas e radiofônicas. O Jornalismo tradicional já não supre a demanda da sociedade, abrindo uma lacuna para o sucesso da Internet. É praticamente impossível fazer Jornalismo sem recorrer aos recursos eletrônicos. A rede digital veio para agregar agilidade à produção noticiosa. O grande receio é que tal complemento aos veículos tradicionais acabe substituindo estas velhas mídias.

A convergência digital é inevitável, enquanto o futuro da profissão jornalística é imprevisível.

Resolvi relatar essas considerações após a PEC que defende a exigência do diploma para jornalistas vencer seu primeiro round. Junto à vitória, o Google divulgou que vai limitar o acesso gratuito a notícias, que se dava através do Google News. Rupert Murdoch, dono do “Wall Street Journal” acusou o Google de “roubar” conteúdo jornalístico da mídia impressa. A empresa de tecnologia ganha dinheiro com publicidade, e ao se apropriar dos conteúdos de grandes jornais, não gasta um centavo na geração noticiosa.

Estes dois pontos foram noticiados hoje na Folha de S. Paulo e se um faz ressurgir a esperança de ser jornalista de formação, o outro afronta a Internet, que ao contrário do que se acredita, não será o centro do Universo, mas sim, terá que conviver com as outras mídias.